terça-feira, 2 de novembro de 2010

Gravidez na Adolescência: 3 histórias reais


Durante a minha vida experienciei uma grande quantidade de situações, tão diversificadas como se fossem uma prateleira cheia de filmes, nos quais fui personagem principal em alguns; noutros, personagem secundária; noutros, ainda, fui figurante, ou seja, fazia parte do cenário mas não da história, mas onde estive presente como mera expectadora (e que, ainda assim, me marcaram).

Conheço 3 mulheres diferentes que vivenciaram a gravidez na sua adolescência e, por incrível que pareça, as histórias são tão diferentes!... Mas, em todas estas histórias, retiro uma mesma conclusão...


A "Ana" engravidou aos 19 anos de idade, quando ainda se encontrava a estudar. A pedido do seu namorado, sem pedir a opinião a nenhum familiar com medo da rejeição, fez um aborto clandestino, do qual surgiram complicações. O namorado, algum tempo depois, acabou a relação com ela...
Hoje vive uma relação feliz (com outro homem), mas com medo de não poder ser mãe devido às marcas que o aborto lhe deixou no ventre... e na alma!... 


A "Bianca" ficou grávida aos 18 anos. Já se encontrava a trabalhar (num emprego precário) porque tinha desistido dos estudos. A família dela não aceitou muito bem o sucedido, mas ainda assim ela quis ter o bebé, com o consentimento do namorado, que foi viver para casa dos pais dela, pensando que, finalmente, iria ser independente.
Quando o bebé nasceu, a família rendeu-se ao seu natural encanto, e começaram a apoiar a mãe. Quanto ao pai, este começou a perceber que, afinal, a independência dele estava condicionada à dependência daquele ser pequenino, e apesar de nunca faltar com os bens materiais necessários para a sua criação, parecia não demonstrar nenhum afecto por ele, mas... nunca saiu de casa. Permaneceu ali!...
O tempo foi passando, e a insistência do filho por carinhos do pai venceu e, inclusive, fez com que a sua relação com a mãe se tornasse numa verdadeira união de amor.
Ambos casaram, o filho levou as alianças, e todos são felizes, mas ela continua no mesmo emprego precário...


A "Clara" engravidou com 15 anos, quando ainda se encontrava a estudar. A sua família não aceitou o sucedido e expulsou-a de casa, obrigando-a a viver com a família do seu namorado, que mal conhecia, numa terra distante, longe dos seus amigos e da sua escola (consequentemente, desistiu dos estudos). Apesar do desânimo que esta pressão lhe causou, ela decidiu ter o bebé, contra a vontade do seu namorado, que passou a despreza-la e, ainda por cima, se meteu nas drogas.
O bebé nasceu, e ela foi acarinhada por todos (inclusive pela sua família, que se rendeu à natural beleza daquele bebé pequenino), excepto pelo seu namorado...
Ela regressou à sua casa (para junto da sua família, que se arrependeu do que tinha feito), onde é feliz, e cuida muito bem do seu filho.
Continua a ter o apoio da família do ex-namorado e este, apesar de dar algum dinheiro para ajudar na criação do seu filho, não quer saber dele...
Ela trabalha num emprego muito duro e desgastante...

Um bebé, quando surge numa fase em que ainda mal deixamos de ser crianças, continua a ser uma bênção, mesmo quando o mundo se vira contra nós! Se arregaçares as mangas e lutares por ele, de uma forma ou outra, o mundo passa a admirar-te e a apoiar-te, ou, pelo menos, parte dele.
É preferível deixa-lo viver e ser feliz ao vê-lo crescer e sorrir, do que mata-lo... porque ele vai continuar vivo nas nossas recordações, as quais nos atormentarão o resto da vida...

Dulce Campos